segunda-feira, 29 de junho de 2009

Quando o sono não vem

Chega a madrugada.
O bicho da insônia me persegue mais uma vez.
Preenche minha cabeça de pensamentos.
Eu digo que preciso dormir,
ela não responde nada.

Procuro músicas e mais músicas,
parece até um show em rede nacional.
As escuto com a condição de conseguir pegar no sono.
Mas logo sigo outro caminho.

Então escrevo pro tempo correr.
Nesse momento as estrelas mudam de posição,
e o sol está indo encontrar o outro lado do mundo.
Todas as luzes dos apartamentos à minha frente estão apagadas.

A casa está deserta,
e eu aqui vagando.
Sinto uma energia dentro de mim.

Abro a geladeira.
Penso.
Fecho a geladeira.
Bebo um copo d’água olhando para o céu.
Toco violão.

A madrugada me observa,
e me responde com silêncio.

Minha TV está triste,
faz tempo que estamos afastados.
Desquitados.
Separados.

Agora o sol está vindo para este lado do mundo.
Já posso escutar o barulho do motor do carro do vizinho.
O dia emana seus primeiros raios de sol.
Mais uma madrugada inteira de olhos bem abertos.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Liberte-se

Lua.
Brilha com força.
Com ventania e trovoada.
Com o frescor de uma alma bem lavada.
Enquanto seus olhos brilham.

Aqui nós estamos sempre protegidos.
Quero te ver sempre sorrindo.
Com cara de desconfiança,
mas pronta para experimentar uma dose.

Essa sua loucura exagerada.
De quem não tem medo de nada.
Quem está na solidão?

Dorme.
Dorme um pouco do meu lado.
Deixa a lua brilhar.
Eu tomo conta do seu sono.

Lua.
Ande leve e lentamente.
Leve dessa mente
todos os pensamentos e sensações ruins.
Enquanto eu te protejo.

Escute.
Escute a canção da noite.
Dos grilos e das cigarras.
O grito de libertação da fauna colorida.

Liberte-se,
e não estaremos sós.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Homenagem

Há 17 anos ela nascia.
Quase do tamanho da palma de uma mão,
pouco cabelo, olhos pequenos,
pele rosada e mãos frágeis.

Talvez chorando...
Talvez três tapinhas no bumbum...
Tímida ou assustada,
ou as duas coisas...

Mas lá estava ela,
a novidade da família,
queridinha do papai,
princesinha da mamãe,
e netinha querida da vovó.

17 anos depois ela crescia.
Já não era quase do tamanho da palma de uma mão.
Cabelos loiros, lindos por sinal.
Olhos grandes e bem definidos.
Pele clara e lábios destacados.

Comedora de brigadeiro,
não consegue se entender com o microondas.
Apreciadora de uma boa música,
não vive sem Nando Reis.
Adora a cor laranja.

Delicada e espontânea,
cheirosa e bonita,
charmosa e cheia de presença.
Parabéns, hoje é o seu dia.

Não preciso citar seu nome, ela sabe de quem estou falando!

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sozinho

Quando estou sozinho não estou totalmente só.
Vejo o sol e sinto uma energia forte,
vejo a lua e meus olhos brilham.
Me sinto num mar com horizonte distante.
Sei que dentro de cada ser existe uma coisa,
inexplicável.

Nenhuma ciência explica a essência.
Por mais difícil que tudo esteja,
um pensamento positivo afaga a alma.

Quando estou sozinho não estou totalmente só.
Sonho com dias bonitos e noites estreladas.
Penso na pessoa amada.
Converso comigo mesmo e vejo que não sei quase nada.

Quando estou sozinho não estou só.
Posso chorar de alegria,
sentir saudade,
fazer planos para o futuro,
mas mesmo assim não estou sozinho.

Quando estou sozinho fico tranquilo,
ta bom, nem sempre.
Mas posso controlar tudo isso com fé,
ai fico tranquilo.

Quase nunca estou sozinho,
mas quando estou, procuro refletir,
entender o que acontece comigo e porque estou aqui.
Fica sozinho ai,
mas tenha certeza que nunca estará sozinho.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Insônia

Esta noite não estou conseguindo dormir, – ta bom, não é só essa noite – então resolvi refletir, olhei tudo ao meu redor, tudo que me cerca e faz parte da minha vida. Nesse meio tempo tentei descobrir quem eu sou, o que faço aqui no meio de tanta gente, ou o que represento para os demais. Lógico que milhões de pensamentos passaram pela minha cabeça, mas muitos vocês nem saberão. Será que represento um certo personagem, ou melhor, que personagem estou representando agora?
Não estou certo em tudo, mas tenho convicção em tudo que faço. Equívocos fazem parte de nós, às vezes uma convicção pode mudar, já nascemos programados para isso. Tanto que muitas vezes parece que estou mais preocupado com o que acontece na lua, e outras vezes com o que acontece ao meu redor, eu preciso disso.

Pra ser sincero não sei nem porque estou escrevendo isso. Mas assim como você precisa dormir, eu preciso escrever. Talvez eu possa ser um maluco por pensar essas coisas, ou talvez eu nem seja, mas mesmo assim você me acha. Já parou para pensar em tudo o que acontece ao seu redor? É, é difícil pensar em tudo, e o tudo que pensamos é pouco perto do tudo que existe. Nossa, que confusão. Imagine quantos bairros existem na sua cidade. Quantas casas, então. Quantas pessoas. Quantos animais, cachorros, gatos, ratos, baratas. – Ok, as queridas baratas de novo não! – Conseguiu imaginar que loucura?

E as coisas que você faz, tudo é certo? Penso em uma coisa errada que fiz e logo me arrependo, mas mesmo assim eu faria do mesmo jeito se pudesse voltar no tempo, engraçado isso. O que é certo pra mim, pode não ser certo pra você, assim como o que é errado pra você, pode não ser errado pra mim. Eu posso não saber o que quero, mas sei muito bem o que não quero, e ponto final.

Eu gosto e não gosto. Eu quero e não quero. Ahn?

Para cada inconveniência eu tomo um copo de tolerância. Mas onde vende tolerância? Não, idiota, é sentido figurado.
Todo minuto alguém morre, todo minuto alguém nasce. Em alguns segundos alguém morre de fome, por alguns segundos alguém da um sorriso por ter o que comer. Em alguns anos muitas coisas mudam, e como mudam.

Agora para ser jornalista não é mais necessário ter diploma, parece piada. Desde já vocês me devem respeito, de ontem para hoje me tornei jornalista!

Paciência é um ótimo ingrediente para conseguir continuar vivo. Eu achava que eu não tinha muita paciência, mas refletindo, vejo que tenho até demais. Tanta coisa podre acontecendo, e mesmo assim eu insisto em continuar sorrindo e sonhando. Ver tanta coisa errada acontecer e fechar os olhos é fácil, quero ver continuar de olhos bem abertos e mesmo assim não desistir de seguir em frente. Você tem paciência? Agora já não sei se tenho, afinal, o tempo muda a gente o tempo inteiro.

Talvez eu só queira prender um pouco da sua atenção com esse texto.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Tão belas

A lua estava tão linda
Nenhuma nuvem conseguia escondê-la
Meio alaranjada
Brilhante
Um brilho perdido
num escuro bonito
Tão bela quanto o amor

Não tive tempo de contemplá-la
Meu pensamento estava em outra coisa

Ela estava tão linda
Nenhuma lua desviava o meu pensamento
Meio sorridente
Linda
Uma beleza perdida
num pensamento infinito
Tão bela quanto a lua

A lua com suas fases
as vezes lembra o amor
Momentos marcantes
e outros que é melhor sumir por trás das nuvens
Desaparecer

Tudo estava diferente
Não me lembro a última vez em que vi tudo assim

Hoje a lua me fez sonhar e sorrir
Me fez lembrar... de seguir
De buscar... pra conseguir
Um lugar... pra onde ir

Assim como a lua dei voltas em melodias
inspirando os que ainda acreditam no amor

Não sei ser exatamente como a lua
Sem gravidade
Sem a gravidade
Sem a maldita liberdade
Que por aqui custa tão caro

Não consigo não pensar nela

Um dia eu vou pra lua
e só assim saberei que me entendeu.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Amigas baratas

Estou pensando em seguir para o esgoto, vou viver com as baratas. Lá está mais limpo que aqui fora. Vejo guerras, futilidade, inveja e fofoca dominando. Estou enjoado. Não sei mais quanto tempo vou aguentar, eu vou vomitar em você. Não, ainda não, aprendi a engolir a saliva.

Quando será que os ETs virão nos salvar?

Ao meu redor vejo pessoas com caráter se transformando em monstros. Tem muita batata podre nesse saco. Será por isso que eu não consigo mais dormir? Pensar no futuro me faz ficar preocupado, onde vamos chegar, ou onde vamos acabar? Não sei, mas vou esperar tudo isso passar junto com as baratas.

Sempre dividimos pratos vazios, armários, despensas, agora está na vez delas dividirem o esgoto comigo. Estão mais limpas que eu, pois – ainda? – não se sujaram nesse mundo capitalista. A partir de agora vamos compartilhar a solidão. Assim como elas apareciam de surpresa nas frestas e nos ralos, eu vou aparecer também.

Elas serão minhas companheiras de madrugada, vamos zanzar por ai, e quando eu cair bêbado de sono elas vão me velar. Sem spray e sem chineladas seremos bons amigos. Já estou começando a esquecer o mundo lá fora, e elas já não sentem nojo de mim! Estamos nos dando bem.

Enquanto o mundo está se perdendo, grupos caindo por conta da fofoca, gente brigando por conta da inveja, a futilidade invadindo os meios de comunicação, o tempo passa e tudo cada vez mais piora, mas eu desacelero o espaço e sigo a voz do meu coração.