terça-feira, 10 de agosto de 2010

Pensamentos perdidos numa tarde ensolarada

A bordo do avião, que diabos sou eu?
Não sei se a desculpa adiantou.
Milhares de chinelos, mas só uso um, ele.
Os amigos dormem.
Minha boca está seca, a garganta parece arranhar.
Tudo bem, ainda ouço vozes.
Pode ser que seja meus passageiros.
Estamos diferentes, eles estão tranquilos. Eu não!
Não sei se vou me recuperar.
Sorte.
Me alimento de verdades, e nelas sou viciado.
Talvez um disparo resolvesse isso tudo.
Não há música, só meus passageiros resmungando.
O destino é o sucesso.
Todo mundo gritando, comendo, cantando...
Horas depois estou eu sozinho novamente.
É assim que tem que ser.

Não sei viver em terra e pronto.
A verdade pode causar náusea.
Tudo está certo, não está? Pode continuar fingindo.
Tá enxergando algo errado?
Pode dizer, sei disfarçar muito bem.
Quero sementes de disciplina, está difícil de plantar.
A nova ordem.
O castigo poderia ser pra mim, que não consigo plantar isso.
Mas como sei fingir bem, está me sobrando poder, vamos mais além.
Posso oferecer tudo isso.

Talvez eu amadureça e te ofereça o ápice do saber.
Podem consumir minha imagem, só me deixe a coragem para permanecer.
Não sou de ferro, a luz me guia. Também posso falhar.
Amo muito, mas não sei dizer.
Essa é minha verdade...
Esse é meu ser.

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