quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Noite

Pego meu isqueiro, acendo um cigarro... Olho para o céu, medito diante daquela imensidão.

Imagino coisas, crio respostas para perguntas sem fundamentos. Penso na vida, em como tudo está, para que rumo tomaram as minhas idéias e certezas, que hoje são mais incertezas do que tudo.

Deito e encosto naquele chão gelado e abro as portas para que as idéias venham e para que a incerteza vá embora. É fácil botar a culpa em tudo e todos e apenas fechar os olhos e fingir que nada está acontecendo, quando realmente tudo está se passando diante do seu próprio nariz e você nem se da conta disso.

É fácil mentir para si próprio para não deixar o orgulho de lado e voltar atrás e admitir que errou e não aproveitou quem sabe a maior chance de amor que você já teve na vida.

Já tocando no assunto de amor, é fácil achar amores e amores por ai, é fácil sentir paixão por alguém, assim como é fácil sentir amor. Mas demonstrar que é difícil né.

Começo a ficar com frio e vou em direção ao meu quarto... Pego meu violão e fico arriscando umas notas aqui, outras ali, e com meu jeito nem um pouco afinado de cantar, canto uma canção pensando que ela poderia estar ouvindo.

E assim fico até que com a cabeça cheia de coisas, porém mais leve do que antes, posso ir ao banheiro escovar os dentes e depois coloco a cabeça no travesseiro e sonho, imagino, penso até o sono me vencer.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Ilusão

Dois corpos lado a lado, uma bala no ar em direção à moça;
Um alarde estronda no ar: “Abaixe-se!!!”
O rapaz se joga na frente da moça e é atingido.
Segundos de silêncio e paz, sangue escorrendo por todo o chão.
O rapaz sussurra que fizera isso por um motivo, e que mesmo ali já no chão, não se arrependeu.
Com mais sussurros ele tenta dizer o motivo... Quando consegue se expressar, eis que soa o que ele queria dizer:
- Foi pelo amor que tenho por você que me joguei na frente desta bala.
A moça toda emocionada pede que ele fique em silêncio e não diga nada.

Meses se passam e a ferida cicatriza, até então muita coisa mudou, menos o seu amor.
Em um jantar para comemorar a sua recuperação a moça diz ter algo a dizer, ele pede para que ela diga...
Tudo parece acontecer de novo, segundos de silêncio e paz, lágrimas escorrendo por todo o seu rosto...
Enfim ela diz o que tinha para falar:
- Eu não te amo mais, é melhor tudo acabar por aqui.
O rapaz não deixando disfarçar a sua tristeza pede para que ela fique em silêncio e curta o momento.

Dias se passam e a mulher aparentemente feliz curte a sua vida, enquanto o rapaz se lamenta e tenta achar uma resposta para todos os seus porquês.

E o silêncio que antes era paz, agora é agonia...